sexta-feira, 22 de maio de 2020

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No filo dos nematelmintos ou nematoides (Nematoda) estão os vermes cilíndricos. São animais de águas salgadas, doces e terrestres. Alguns são de vida livre e outros são parasitas de vertebrados e usando invertebrados como hospedeiros intermediários (usados somente para desenvolvimento, não causando doença).

Os principais representantes dos nematelmintos são:

  1. Ascaris lumbricoides (conhecida popularmente como lombriga)
  2. Ancylostoma duodenale
  3. Wuchereria bancrofti
  4. Oxyurus vermicularis
  5. Strongyloides stercoralis

Características e estrutura corporal dos nematelmintos

  • O corpo dos Nematelmintos é cilíndrico, não segmentado e alongado.
  • Os músculos dos nematódeos se contraem somente longitudinalmente.
  • Os órgãos estão mergulhados na pseudocele que auxilia no sistema hidrostático.
  • São triblásticos (possuem três tipos de tecidos): ectoderme, mesoderme e endoderme.
  • Possuem sistema nervoso parcialmente centralizado.
  • Possuem sistema digestivo completo.
  • Apresentam sistema excretor formado por dois canais longitudinais.
  • Apresentam corpo com simetria bilateral e três camadas germinativas.
  • Não há estruturas flageladas nem ciliadas nesses animais. Nem mesmo os espermatozoides possuem flagelos. Eles se locomovem por meio de pseudópodos, com movimentos ameboides.
  • Os nematódeos não possuem sangue.
  • Não apresentam sistema circulatório e respiratório (as trocas gasosas ocorrem por difusão através da superfície corporal).
  • Algumas espécies são terrestres enquanto outros habitam a água (principalmente água doce).
  • Algumas espécies são microscópicas, enquanto outras podem atingir até 10 metros de comprimento.
  • A maior parte das espécies possui fecundação interna.
  • A epiderme é sincicial, ou seja, formada por uma massa celular multinucleada, ou celular, dependendo da espécie, e produz uma cutícula depositada externamente a ela.
  • A cutícula é acelular, lisa, resistente e oferece proteção para o animal; em algumas formas, ela apresenta projeções que ajudam na locomoção.

Habitat dos nematódeos

A maioria dos nematódeos é de vida livre, habitantes de solo úmido, areia, de águas estagnadas e até mesmo do plâncton. Entre os parasitas, além daqueles que têm o homem como seu hospedeiro, há espécies que infestam outros animais ou plantas (raízes, frutos).

Muitos nematódeos podem suspender os processos vitais quando as condições ambientais se tornam desfavoráveis e encistar, numa forma que é capaz de sobreviver a condições extremas de seca, calor ou frio e depois voltar à "vida" quando as condições são favoráveis. Este processo é conhecido como criptobiose e, entre os animais é encontrado apenas entre os nematódeos, os rotíferos e os tardígrados.

Fisiologia dos nematelmintos

Sistema digestivo dos nematelmintos

O tubo digestivo dos nematódeos é completo, ou seja, possui um orifício de entrada de alimentos (a boca) e um outro orifício de saída de dejetos (o ânus) - são enterozoários completos.

Na boca, podem ser encontradas placas cortantes semelhantes a dentes, com as quais os nematódeos podem perfurar os tecidos de outros seres vivos. A faringe é musculosa e serve para esmagar os alimentos e também para os dirigir para o intestino, que não possui qualquer musculatura. O alimento é completamente digerido pelas enzimas que atuam sobre ele no interior do tubo digestivo, e os nutrientes são passados para a cavidade do corpo para serem distribuídos pelas células.

Muitos nematódeos de vida livre são carnívoros e se alimentam de pequenos animais ou de corpos de animais mortos. Os parasitas intestinais recebem o alimento já parcialmente digerido pelo hospedeiro.

Sistema circulatório dos nematelmintos

Não possuem sistema circulatório. A circulação de gases, nutrientes e substâncias tóxicas é feita pelo pseudoceloma.

Sistema nervoso dos nematelmintos

O sistema nervoso é centralizado em volta da faringe constituído de um anel nervoso e gânglios. Também possuem um cordão nervoso dorsal e um ventral. Em volta da cabeça e na cauda há diversas papilas sensoriais. Anfídios é um complexo de órgãos nervosos dos animais de vida livre que abrem em cada lado da cabeça pelos poros anfidiais. Nos parasitas há os fasmídios que tem, praticamente, a mesma função dos anfídios.

Sistema excretor dos nematelmintos

Possuem uma célula especializada, com um formato que lembra a letra H. Possuem dois canais longitudinais, que percorrem a lateral do corpo do verme, unidas por um canal transversal, que emite um ducto que elimina excretas pelo poro excretor. A principal excreta desses animais é a amônia.

Sistema reprodutor dos nematelmintos

Os nematoides são animais dioicos com os machos sendo menores que as fêmeas. Os órgãos copulatórios estão localizados na parte posterior de seus corpos. A fertilização é interna e o desenvolvimento dos animais de vida livre é direto (sai um juvenil do ovo), já os animais parasitas têm desenvolvimento indireto (sai uma larva do ovo) passando, neste caso, pelo interior de outros animais até completarem o desenvolvimento no adulto, os hospedeiros.
Algumas espécies dos nematoides são muito conhecidas por serem parasitas de humanos e animais causando graves doenças.

Ascaris lumbricoides é o verme conhecida como lombriga. Este verme produz entre 200 mil ovos por dia que são liberados nas fezes dos seus hospedeiros. A infestação ocorre quando o ser humano entra em contato com os ovos do verme por causa da falta do saneamento básico. Essa doença pode causar uma grave pneumonia, pois o verme se aloja nos pulmões por um tempo rompendo os bronquíolos até ir para o intestino onde matura e põe os ovos. No intestino, pode causa bloqueio e perfuração.

A ancilostomose é uma doença causada tanto pelo Necator americanus quanto pelo Acylostoma duodenale. Esses animais cortam a mucosa intestinal do hospedeiro para se alimentar do sangue podendo causar profunda anemia. Os ovos saem com as fezes e “chocam” no chão liberando os juvenis que penetram a pele humana quando esta entra em contato com o solo.
Wuchereria bancrofti causa a filaríase, ou elefantíase. Esse verme penetra e vive no sistema linfático dos humanos obstruindo os vasos o que causa o inchaço do local da obstrução. A larva do verme é chamada de microfilária e é liberada dentro do próprio sistema linfático. Quando mosquitos do gênero Culex picam o homem, as larvas que estão nos vasos linfáticos superficiais são sugadas e dentro do mosquito se desenvolvem. A próxima picada do mosquito infecta o ser humano.

Ordens dos nematelmintos

É composta por várias ordens e suas ramificações que veremos a seguir:

Enoplida

É uma ordem constituída de organismos geralmente longos, cilíndricos ou em forma de cones, que possuem o esôfago dividido em duas partes; uma anterior muscular e uma posterior glandular. Nesta ordem destacam-se dois gêneros e duas espécies: Trichinella spiralis e Trichuris (Trichocephalus) Trichiura. A espécie Trichinella spiralis é formada de vermes muito pequenos; o macho mede cerca de 1,5mm e a fêmea de 3 a 4 mm de comprimento; distinguem-se dois tipos de triquinas: a muscular – corresponde ao estado jovem e a intestinal – corresponde ao estado adulto.

A triquina intistinal vive no intestino delgado (duodeno e jejuno) do homem, do porco, do rato e de outros mamíferos; aí se realiza a cópula, morrendo o macho em seguida e as fêmeas, que são em maior número, penetram em maior número, penetram na parede do intestino, e dão origem a numerosas larvas; estas larvas atingem a circulação sanguínea, fixam-se na musculatura do hospedeiro, onde formam um cisto, dentro do qual crescem e se enrolam em espiral; o cisto forma-se em sequência de uma reação dos tecidos do hospedeiro e se calcifica após alguns meses sem que a larva morra; se esta carne contaminada for ingerida por um animal hospedeiro, os cistos chegam ao estômago, onde são dissolvidos pelo sulco digestivo e as larvas postas em liberdade tornam-se adultas; ocorrem novas fecundações; os machos morrem e as fêmeas, penetrando na parede intestinal, formam novas larvas, completando-se assim o ciclo. O parasita no intestino produz enterites agudas com diarreia sanguinolenta; a larva triquina muscular produz perturbações nervosas e emagrecimento.

A espécie Trichuris trichiura, também conhecida como tricocéfalo, é formada de vermes esbranquiçados, diferenciados em uma porção anterior filiforme contendo o esôfago e uma porção posterior volumosa que contém o intestino e os órgãos genitais; o macho mede de 3 a 4 cm e a fêmea de 4 a 5 cm de comprimento. O anima adulto vive no intestino grosso do homem, principalmente na porção do ceco, implantando-se na mucosa intestinal através da porção afilada, onde se fixa e retira seu alimento. O homem ingere os ovos juntamente com a alimentação e água; no intestino delgado a casca é digerida libertando o embrião que atinge o ceco e se transforma em verme adulto; quando o hospedeiro é uma criança, pode provocar uma anemia profunda com a diminuição dos globos vermelhos.

Rhabditida

A ordem é constituída de organismos com o esôfago dividido em três regiões e com uma porção alongada claviforme; o desenvolvimento é direto, mas utiliza-se a designação de larvas aos estados jovens; nesta ordem destacam-se seis gêneros com várias espécies: Rhabdias, Strongyloides.

Ancylostoma, Necator, Ascaris e Enterobius. O gênero Rhabdias é formado de vermes que alteram gerações de fêmeas parasitas, machos e fêmeas de vida livre; quando de vida livre são saprófagos, vivendo no solo e quando parasitas associam-se a plantas e animais. O gênero Strongyloides é formado de vermes pequenos com cerca de 2,5mm de comprimento e as extremidades do corpo distendidas; as fêmeas parasitas vivem no intestino delgado do homem e são sempre partenogenéticas, pois no intestino não existem os machos para a copulação.

O gênero Ancylostoma é formado de vermes com várias espécies parasitas de animais mamíferos, inclusive o homem; entre elas destacam-se: Ancylostoma duodenale, parasitas do intestino delgado do homem; Ancylostoma caninum, parasita do cão e raramente do homem; Ancylostoma brasiliensis, parasita do cão, do gato e raramente do homem; suas larvas quando infetam o homem penetram pela pele e ficam vagando entre a epiderme e a derme, produzindo a chamada dermatose serpiginosa (bicho geográfico)

A espécie Ancylostoma duodenale é formada de vermes com o corpo cilíndrico, alongado e com a boca provida de dentes ou lâminas cortantes. A fêmea possui de 9 a 15 mm de comprimento, com as duas extremidades distendidas e o poro genital na metade do corpo; o macho possui de 7 a 10mm de comprimento com a extremidade posterior na forma de bolsa copuladora, onde se abre a cloaca.

Através da cápsula bucal e de um esôfago musculoso, que funciona como uma ventosa, o parasita fixa-se no intestino do hospedeiro, onde provoca pequenas hemorragias contínuas; a perda de sangue ocasiona uma intensa anemia conhecida comumente com os nomes de amarelão, opilação ou mal da terra; cientificamente é denominada ancilostomose. O circulo evolutivo destes vermes ocorre do seguinte modo: no intestino delgado do hospedeiro as fêmeas eliminam os ovos, que vão para o exterior junto com as fezes; de cada ovo origina-se uma primeira forma larval, que é denominada rabditóide: esta, após 3 dias, sofre a primeira muda, transformando-se em um segundo tipo de larva denominada filarioide; esta evolui, transformando-se em um terceiro tipo de larva denominada filarioide incestante, apita para atingir um novo hospedeiro. A infestação pode ocorre através da pele, especialmente dos pés. por onde as larvas atravessam o tegumento, caindo na circulação, atingem o coração e o pulmão, no qual sofrem uma terceira muda; em seguida migram pelos bronquiolos, brônquios, traquéia e atingem a bifurcação do sistema digestivo e respiratório podendo daí irem ao exterior juntamente com a saliva ou serem deglutidas; neste caso vão ao esôfago, passam para o estômago e intestino delgado, onde sofrem a quarta muda, transformando-se em vermes adultos.

O gênero Ascaris é formado de vermes com várias espécies parasitas de animais mamíferos, inclusive o homem; entre elas destacam-se: Ascaris lunbricoides, o parasita mais comum do homem; Ascaris megalocephala, parasita do boi e Ascaris suum, parasita do porco. A espécie ascaris lunbricoides, popularmente denominada lombriga, é formada de vermes alongados, cilíndricos, com nítido dimorfismo sexual, sendo a fêmea maior que o macho e terminando a extremidade de seu corpo de maneira afilada, enquanto que no macho termina em uma espiral em sentido ventral. No macho na extremidade anterior, situa-se a boca guarnecida de 3 lábios providos de papilas e na extremidade posterior localiza-se a cloaca, provida de duas espículas quitinosas. Estes animais podem atingir até 40 cm de comprimento e observando-os externamente, nota-se a presença de duas estrias laterais, que percorrem o corpo em toda a sua extensão.

O ciclo evolutivo desses animais ocorre do seguinte modo: os vermes adultos vivem no intestino delgado do homem, onde as fêmeas colocam ovos não embrionados, em número extraordinariamente grande; esses ovos são eliminados junto com as fezes, para o meio externo, onde se transformam em embriões; em primeiro lugar forma-se uma larva rabditoide, a qual sofre uma primeira muda ainda dentro da casca do ovo, formando um segundo tipo de larva denominada rabditoide infestante.

A contaminação ocorre quando o hospedeiro ingere os ovos contendo larvas; no intestino delgado (duodeno), a casca cresce e se torna adulta; dois meses depois o animal começa uma nova postura.

Spirurida

A ordem é constituída de organismos com esôfago dividido em duas regiões: uma anterior muscular e uma posterior glandular. No estado adulto vivem como parasitas dos vertebrados, inclusive do homem, e nos estágios intermediários vivem geralmente em insetos; nesta ordem destaca-se o gênero Wuchereria.

O gênero Wuchereria é formado de vermes de diâmetro muito pequeno e de aspecto filamentoso, sendo por esta razão denominados de filárias; os machos atingem 4 cm e as fêmeas 10 cm de comprimento. Estes vermes parasitam os gânglios e vasos linfáticos do homem, causando a doença conhecida por elefantíase, caracterizada por uma hipertrofia de alguns órgãos como: membros inferiores, escroto e seios.

No sistema linfático as fêmeas colocam os ovos, que se transformam em microfilárias; estas, durante a noite, deslocam-se para a circulação sanguínea periférica do homem e aí são ingeridas por insetos hematófagos dos gêneros: Culex, Aedes e Anopheles; nos insetos as larvas sofrem várias mudas, transformando-se na forma infestante, que vai até a tromba do mosquito e este, quando pica o homem, transmite a larva, que atinge o sistema linfático, tornando-se adulta e recomeçando o ciclo.


Doenças causadas pelos Nematelmintos

Oxiuríase

Agente causador

É uma inflamação causada pelo verme Oxyurus vermicularis (ou Enterobius vermicularis) que se aloja no intestino grosso.

Como se adquire?

Esta verminose é adquirida pela chegada dos ovos deste parasita ao aparelho digestivo através de mecanismos como: a deglutição junto com alimentos, poeira de casa, objetos, animais, roupas contaminados com ovos dos oxiúros. 
Autoinfestação, no ato de coçar o ânus os ovos podem aderir aos dedos e então levados à boca. Após a deglutição dos ovos, no intestino as larvas se transformam em adultos, as fêmeas guardam os ovos fecundados e os machos morrem. As fêmeas migram para o cólon e reto, de noite elas Saem pelo esfíncter anal e depositam ovos na região anal e perianal.

Sintomas

Estes irão variar de acordo com a quantidade de parasitas, já que a ação patogênica consiste basicamente em um resultado de uma ação mecânica. Os microrganismos começam a produzir pequenas erosões na mucosa da região, provocando irritação local. É comum, portanto, ocorrer náuseas, vômitos, cólicas e fortes dores abdominais. Em casos mais graves pode até mesmo haver a presença de sangue nas fezes.

O sinal mais comum, entretanto, de que se trata de oxiurose é a coceira na região anal. Esta tende a aumentar durante a noite, devido ao calor, e causa insônia e irritabilidade. Nas mulheres é possível haver uma migração do verme para a região genital, fato que ocasiona prurido na vulva, corrimento e pode tornar o ambiente mais vulnerável a uma infecção.

Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico pode ser evidenciado pela visualização dos vermes nas fezes (raro), em pesquisa de ovos no exame parasitológico de fezes e mais comumente pela pesquisa de ovos na região perianal e anal através de raspado anal (swab) ou fita adesiva.

Prevenção

A higiene de um modo sistemático, mãos, alimentos, animais, roupas, roupas de cama, brinquedos é eficaz na prevenção. O uso de água sanitária (diluição de 1/3) serve para maior eficácia na limpeza de objetos que não sejam atacados pelo cloro.

Ascaridíase

Agente causador

O helminto Ascaris lumbricoides conhecido popularmente como lombriga.

Transmissão

A contaminação por ele se dá pela ingestão de seus ovos, geralmente encontrados no solo, água, alimentos e mãos que tiveram um contato anterior com fezes humanas contaminadas.
No intestino delgado, liberam larvas que atravessam as paredes deste órgão e se direcionam aos vasos sanguíneos e linfáticos; se espalhando pelo organismo. Atingindo a faringe, estas podem ser liberadas juntamente com a tosse ou muco; ou, ainda, serem deglutidas, alcançando novamente o intestino. Lá, reproduzem-se sexuadamente, permitindo a liberação de alguns dos seus aproximados 200 mil ovos diários, pelas fezes, propiciando a contaminação de outras pessoas.

Sintomas

Febre, dor de barriga, diarreia, náuseas, bronquite, pneumonia, convulsões e esgotamento físico e mental são alguns sintomas que podem se apresentar; dependendo do órgão que foi afetado. Entretanto, em muitos casos a verminose se apresenta assintomática.

Tratamento

É feito com uso de fármacos e adotando medidas de higiene básica.

Diagnóstico

Para diagnóstico, é necessário que se faça exames de fezes, onde podem ser encontrados os ovos deste animal. Existe tratamento, que é feito com uso de fármacos e adotando medidas de higiene básica.

Prevenção

Quanto à prevenção, ingerir somente água tratada, lavar bem frutas e legumes antes de ingeri-los, lavar sempre as mãos, não defecar em locais inapropriados, dente outras, fazem parte desta lista.

Filariose ou Elefantíase

Agente causador

A filariose ou elefantiase é a doença causada pelos parasitas nematódeos Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori, comumente chamados filária, que se alojam nos vasos linfáticos causando linfedema. Esta doença é também conhecida como elefantíase, devido ao aspecto de perna de elefante do paciente com esta doença.

Transmissão

É transmitida pelo mosquito dos gêneros Culex, Anopheles, Mansonia ou Aedes, que ao picar uma pessoa infectada, espalha as larvas para outras pessoas.

Sintomas

O período de incubação pode ser de um mês ou vários meses. A maioria dos casos é assintomática, contudo existe produção de microfilárias e o indivíduo dissemina a infecção através dos mosquitos que o picam.
Os episódios de transmissão de microfilárias (geralmente a noite, a depender da espécie do vetor) pelos vasos sanguíneos podem levar a reações do sistema imunitário, como prurido, febre, mal estar, tosse, asma, fatiga, exantemas, adenopatias (inchaço dos gânglios linfáticos) e com inchaços nos membros, escroto ou mamas. Por vezes causa inflamação dos testículos (orquite).
A longo prazo, a presença de vários pares de adultos nos vasos linfáticos, com fibrosação e obstrução dos vasos (formando nódulos palpáveis) pode levar a acumulações de linfa a montante das obstruções, com dilatação de vasos linfáticos alternativos e espessamento da pele. Esta condição, dez a quinze anos depois, manifesta-se como aumento de volume grotesco das regiões afetadas, principalmente pernas e escroto, devido a retenção de linfa. Os vasos linfáticos alargados pela linfa retida, por vezes arrebentam, complicando a drenagem da linfa ainda mais. Por vezes as pernas tornam-se grossas, dando um aspecto semelhante a patas de elefante, descrito como elefantíase.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é pela observação microscópica de microfilárias em amostras de sangue. Caso a espécie apresente periodicidade noturna, é necessário recolher sangue de noite, de outro modo não serão encontradas. A ecografia permite detectar as formas adultas. A serologia por ELISA também é útil.
São usados antiparasíticos como mebendazole. É importante tratar as infecções secundárias.

Prevenção

Há um programa da OMS que procura eliminar a doença com fármacos administrados como prevenção e inseticidas. É útil usar roupas que cubram o máximo possível da pele, repelentes de insetos e dormir protegido com redes.

Bicho Geográfico

Agente causador

A larva migrans cutânea, popularmente conhecida como bicho geográfico, é uma dermatozoonose causada por um nematódeo, que ataca cães e gatos e, eventualmente, o homem. A espécie que ataca os gatos é o Ancylostoma braziliense, já a que ataca os cães é o Ancylostoma caninum.

Transmissão

Os humanos se contaminam ao entrarem em contato com as fezes contaminadas desses animais, sendo que os locais mais comuns são gramados, tanques de areias em parques, praia, pois estes locais retêm umidade e protegem as larvas do sol, propiciando um ambiente adequado para a sobrevivência destas.

Sintomas

Nos humanos os sintomas são: lesões caracterizadas por trajetos inflamatórios tortuoso, semelhante a um mapa, vindo daí o nome popular de bicho geográfico. As lesões são acompanhadas de coceira, sendo que os mais atingidos são pés e nádegas. Devido ao ato de coçar, podem ocorrer infecções secundárias.

Nos animais que apresentam infecções agudas, as manifestações clínicas apresentadas por eles são: anemia, fadiga e, às vezes, dificuldade respiratória. Nos casos de infecções crônicas, normalmente o animal apresenta-se abaixo do peso ideal, anorexia e pelagem escassa. Podem haver sinais de dificuldade respiratória, lesões de pele e claudicação.

Diagnóstico e tratamento

Nos humanos, o diagnóstico é clínico, através da observação das lesões características e também da coceira apresentada pelo paciente.

O tratamento é feito utilizando-se pomadas locais nos casos mais brandos por 10 a 15 dias. No entanto, em lesões mais extensas, é feito também a administração de medicamentos via oral. Para aliviar a coceira, recomenda-se a realização de compressas de gelo no local. Não é recomendado furar as lesões.

Prevenção

A prevenção é feita evitando andar descalço em locais de transição de cães e gatos, recolher as fezes do seu animal, evitar levar seu animal à praia e também realizar a vermifugação dele conforme a indicação do médico veterinário.

Ancilostomose

Agente causador

A ancilostomose, também conhecida como amarelão, é provocada por três tipos de verme: o Necator americanus e outros dois do gênero Ancylostoma, o A. duodenalis e o A. ceylanicum, espécies de vermes parasitas nematódeos. As fêmeas liberam ovos no intestino delgado, que são expulsos pelas fezes e eclodem entre cinco e dez dias, tornando-se larvas infectantes.

Transmissão

A transmissão da ancilostomose ocorre por meio do contato direto com solo contaminado, como, por exemplo, andar descalço na terra.

Sintomas

Os primeiros sintomas da infecção são: palidez, desânimo, dificuldade de raciocínio, cansaço e fraqueza, provenientes da falta de ferro (anemia) no organismo. Outros sintomas como dores musculares, abdominais e de cabeça, hipertensão, tonturas; também poderão ocorrer com o agravamento do quadro. A doença é perigosa para as gestantes, pois pode afetar o desenvolvimento do feto.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito pela observação de ovos nas fezes com auxílio de microscópio. O tratamento consiste na utilização de fármacos como mebendazol e pirantel. A prevenção é feita com medidas sanitárias e educativas.

Prevenção e Tratamento

  1. Medidas de saneamento básico adequadas;
  2. Uso de calçados em situações de contato com a terra;
  3. Manter atenção ao local de brincadeira das crianças;
  4. Tratar adequadamente os doentes para evitar novas contaminações.

Para o tratamento desta verminose podem ser usados medicamentos.

Curiosidade sobre os nematelmintos

  • Algumas espécies são microscópicas, enquanto a fêmea de uma espécie, parasita do cachalote chamada "Placentonema gigantissima" que pode atingir 13 metros de comprimento.




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