quarta-feira, 27 de maio de 2020

Anfíbios - resumo


O que são os animais Anfíbios?

A palavra anfíbios vem do grego amphi bio, e siginifica duas vidas, ou vida dupla. Essa é a primeira pista da principal característica dos anfíbios. Você já viu um veículo anfíbio? Não, não são carros com aparência de sapos, mas veículos que podem trafegar tanto na terra, quanto na água. Não é interessante?

Os anfíbios têm esse nome justamente por isso. São animais que possuem ciclos de vida com estágios aquáticos e terrestres. As características morfológicas desses animais, permitem que ele possa viver partes da sua vida dentro da água, sem necessidade de subir à superfície, e partes na terra.

Os anfíbios fazem parte do grupo dos animais vertebrados, e o que os diferencia dos outros vertebrados são sua pele úmida, com glândulas, e a ausência de pelo ou penas. Uma característica muito conhecida dos anfíbios é o sangue frio. Assim como os répteis, os anfíbios adaptam a temperatura corporal à temperatura do ambiente, seja na água ou na terra, e por isso, são animais muito sensíveis a mudanças climáticas e ambientais.

Características gerais dos anfíbios

Os anfíbios vivem em água doce, entretanto há duas exceções: a rã comedora de caranguejos, que vive em ambiente marinho, e a rã-aguadeira, do Deserto Australiano. As principais características são:

  • Os anfíbios existem há mais de 350 milhões de anos e foram os primeiros animais a apresentar musculatura para se sustentar fora da água;
  • Os anfíbios são agrupados em três ordens, com ampla distribuição geográfica na terra: De acordo com a literatura são conhecidas 5.500 espécies e a anfibiofauna da América do Sul é a mais rica do planeta, com aproximadamente 1.740 espécies, distribuídas por 140 gêneros e 16 famílias. No Brasil são atualmente conhecidas 517 espécies de anfíbios;
  • Os anfíbios são animais triblásticos, celomados, deuterostômios e com simetria bilateral;
  • Pulmões onde ocorrem trocas gasosas;
  • O corpo dos anfíbios possui uma pele lisa, fina e úmida. Não possuem nenhuma escama;
  • A temperatura do corpo dos anfíbios varia de acordo com a temperatura do ambiente em que eles estão (heterotermos). Se estiverem dentro de uma água gelada, sua temperatura corporal será baixa; se estiverem em um lugar muito quente, sua temperatura corporal será elevada;
  • Eles se alimentam de pequenos insetos, como moscas e mosquitos, além de aranhas e minhocas. Podem comer também pequenos mamíferos ou até mesmo outros anfíbios;
  • Os anfíbios possuem glândulas serosas capazes de produzirem toxinas que, em contato com as mucosas ou com a pele são capazes de causar envenenamento. Essas glândulas liberam veneno apenas quando são pressionadas, deixando que as toxinas escorram na pele do animal (e não lançadas em jatos, como algumas pessoas tradicionalmente afirmam);
  • Coração, com dois átrios e um ventrículo, aumentando a eficiência de transporte de sangue;
  • Tímpano, uma membrana que vibra com o som e remete estímulos para as estruturas nervosas do ouvido;
  • Esses animais costumam viver em lugares úmidos e próximos a água, como lagos e rios;
  • É na água que os anfíbios depositam seus ovos, pois seus filhotes, no início da vida, precisam estar dentro da água o tempo inteiro;
  • Pálpebras que protegem os olhos e realizam sua limpeza;
  • Patas bem definidas.

Classificação dos anfíbios: Anuros, Gymniophiona e Urodela

Os anfíbios são divididos em três ordens: a Anura, a Gymnophiona e a Urodela. O Brasil é o país que possui o maior número de espécies, seguido da Colômbia, do Equador e do Peru. Cerca de 800 espécies estão no Brasil, e destas, a maioria é da ordem Anura. A ordem Gymnophiona possui cerca de 30 espécies, enquanto a Urodela possui apenas cinco.

Ordem Anura

A ordem anura é composta por sapos, rãs e pererecas, e é o grupo com mais espécies no Brasil, e nos outros locais de ocorrência de anfíbios. Os sapos, principalmente da família Bufonidae, e são os maiores animais anuros, com o tronco mais forte, pele mais seca e rugosa e mais terrestres que as rãs e pererecas. São mais lentos e se locomovem a passos curtos, as membranas entre os dedos são menos desenvolvidas e as patas são mais curtas.

As rãs são exímias saltadoras, possuem pernas longas, pele bastante lisa e facilidade para o nado; as pererecas, finalmente, possuem discos adesivos nas extremidades dos dedos, funcionando como ventosas – o que permite com que vivam em copas de árvores e também sejam encontradas em banheiros, etc. Machos de anuros costumam utilizar as vocalizações (coachos) como forma de comunicação entre seres. Assim, o canto facilita diversas interações sociais, como disputa de territórios entre machos, e a atração de fêmeas para reprodução.

Ordem Gymniophiona

A ordem Gymnophiona é composta pelas cecílias e cobras-cegas. Embora tenha uma aparência física muito parecida com a aparência das cobras, as cobras-cegas não são répteis. Seu corpo tem a aparência de uma grande minhoca, sua pele é lisa e com pequenas marcas, formando anéis.

Esse anfíbio não possui patas, e seus olhos não são desenvolvidos, por isso não podem ver. A falta de visão é compensada por pequenos tentáculos, que ajudam esse anfíbio a “enxergar” pelo tato. Entre os anfíbios, é o único que possui um órgão próprio para a cópula, o falodeu. As espécies dessa ordem podem ser ovíparos, que põe ovos, ou vivíparos, quando o embrião é desenvolvido dentro do corpo da fêmea.

Ordem Urodela ou Caudata

Essa ordem reúne as espécies de salamandras e tritões. No Brasil, apenas cinco espécies são conhecidas. Diferente dos anuros e das cobras-cegas, as salamandras possuem cauda e patas, são pequenas e se movem bem devagar. Sua pele é lisa, úmida e pegajosa, como a pele das rãs, mas seu corpo é mais alongado, e por isso elas não tem a habilidade de saltar.

Esses animais são muito confundidos com os lagartos, mas podem ser diferenciados pela ausência de escamas. Além disso, o corpo das salamandras e tritões possuem glândulas visíveis ao longo do corpo. A ordem Urodela possui espécies aquáticas, semiaquáticas ou terrestres, mas sua vida inicia obrigatoriamente na água, e por isso, são da classe dos anfíbios.

Sistema digestório dos anfíbios

A digestão dos anfíbios é processada no estômago e no intestino. Embora possam ter duas fileiras de dentes, os anfíbios não mastigam suas presas. A língua bem desenvolvida é usada na captura de insetos, que é envolto em um muco que o lubrifica, facilitando sua passagem no tubo digestivo.

Pele dos anfíbios

A pele dos anfíbios é lisa, vascularizada e permeável. Os anfíbios não ingerem água, ela é obtida através da pele, que também executa a troca gasosa entre o sangue e o ar. É rica em glândulas e está sempre úmida. Os sapos possuem um par de glândulas chamadas paratóides, que contêm veneno e constituem defesa contra os predadores.

Sistema respiratório dos anfíbios

A respiração nos anfíbios adultos ocorre por meio de três estruturas: os pulmões, a pele e na mucosa da boca e da faringe. Os pulmões são formados por dois sacos, sem divisão interna. As narinas abrem-se na cavidade da boca. Enquanto estão na fase larval, aquática, respiram por meio de brânquias.

Sistema circulatório dos anfíbios

O sistema circulatório dos anfíbios é duplo e incompleto: duplo, porque o sangue passa duas vezes pelo coração a cada ciclo de circulação, e incompleto, porque o ventrículo é único e nele o sangue arterial e venoso se misturam.

O coração dos anfíbios apresenta três cavidades: dois átrios (um direito e um esquerdo) e um ventrículo. O sangue venoso, pobre em O2 e rico em CO2, vindo os tecidos do corpo através da veia cava, penetra no átrio direito; o sangue arterial, vindo dos pulmões através da veia pulmonar, penetra no átrio esquerdo. Os dois tipos de sangue passam para o único ventrículo onde se misturam, ainda que parcialmente. Do ventrículo, o sangue é bombeado para os tecidos do corpo, passando pela artéria aorta; ou para os pulmões, pela artéria pulmonar.

Sistema excretor dos anfíbios

O sistema excretor dos anfíbios apresenta rins ligados por ureteres à bexiga, que por sua vez está ligada a cloaca. Quando ainda são larvas, excretam quase que só amônia, mas adultos, excretam ureia.

Reprodução dos anfíbios

A reprodução dos anfíbios é uma característica que os sujeita a dependência da água, e é uma reprodução sexuada por fecundação externa, podendo haver fecundação interna. Os ovos, sem casca (e por este motivo necessitam da água para proteger os ovos de radiação solar e choques mecânicos), que apenas possui uma envoltória cápsula gelatinosa, só se mantém vivos em meio aquático.

Geralmente os machos em cópula despejam o líquido seminal sobre um longo cordão ou fileira gelatinosa (bainha) que envolve os óvulos na medida em que saem da cloaca da fêmea e se depositam no fundo da água parada. A fecundação dos anfíbios ocorre em água doce e pelo fato de estarem protegidos pela água os ovos dos anfíbios não necessitam de anexos embrionários como, por exemplo, bolsa amniótica ou alantoide e essas são algumas das características que diferem os anfíbios de outros vertebrados terrestres. Uma vez fecundado o óvulo os cuidados variam de acordo com a espécie. Em alguns casos os óvulos são desenvolvidos em sacos vocais, em cavidades da pele dorsal, enrolados nas pernas, algumas vezes podendo ser enovelados em milhares em plantas aquáticas. Após a desova o macho e a fêmea se separam. A fêmea sai normalmente e o macho continua na área vocalizando em busca de uma nova fêmea.

Os anfíbios podem apresentar 39 tipos de reprodução distintas, sendo superado apenas pelos peixes.

Aos poucos as larvas dos anfíbios vão desenvolvendo suas extremidades, primeiro as anteriores depois as posteriores, fazendo assim reduzir a cauda progressivamente até que desapareça. Neste processo de metamorfose os anfíbios adquirem pulmões, ao mesmo tempo em que as brânquias desaparecem. Este processo é regulado pela tireoide, que por sua vez é a glândula que promove o desenvolvimento, para atuar a tireoide dos anfíbios depende da presença de iodo no organismo.

Entenda a metamorfose dos anfíbios

A transformação dos girinos é um processo lento, e passa por vários estágios até chegar à idade adulta. Os girinos possuem a cabeça e algo parecido com uma cauda, e durante o seu desenvolvimento, passam por algumas fases, cada uma com uma característica.

Na fase pré-metamórfica, o girino aumenta de tamanho, sua boca, ajustada para uma alimentação de filtração, se alarga, e as patas traseiras começam a surgir. Na fase pró-metamórfica, o corpo continua aumentando, e as patas crescem. Surgem as patas dianteiras, mas ainda discretas e quase imperceptíveis, a cauda começa a diminuir.

Já no auge da metamorfose, as patas dianteiras crescem e se tornam visíveis, o corpo cresce ainda mais e a cauda regride. O aspecto físico dessa fase é quase a de um anuro adulto. As brânquias, órgão responsável pela respiração dentro da água, começa a ser substituído pelos pulmões. É comum ver jovens anuros subindo até a superfície para captar oxigênio.

Ao término da metamorfose, o anfíbio já não possui cauda, as patas traseiras são bem maiores, exceto para a ordem Gymnophiona, que não possui patas, e a respiração é dividida em dois órgãos: o pulmão e a pele. Alguns anfíbios respiram predominantemente pelos pulmões, como é o caso dos anuros da família bufonidae, mas a pele é o principal órgão da função respiratória.

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