O que são os
animais Anfíbios?
A palavra anfíbios
vem do grego amphi bio, e siginifica duas vidas, ou vida dupla. Essa
é a primeira pista da principal característica dos anfíbios. Você
já viu um veículo anfíbio? Não, não são carros com aparência
de sapos, mas veículos que podem trafegar tanto na terra, quanto na
água. Não é interessante?
Os anfíbios têm
esse nome justamente por isso. São animais que possuem ciclos de
vida com estágios aquáticos e terrestres. As características
morfológicas desses animais, permitem que ele possa viver partes da
sua vida dentro da água, sem necessidade de subir à superfície, e
partes na terra.
Os anfíbios fazem
parte do grupo dos animais vertebrados, e o que os diferencia dos
outros vertebrados são sua pele úmida, com glândulas, e a ausência
de pelo ou penas. Uma característica muito conhecida dos anfíbios é
o sangue frio. Assim como os répteis, os anfíbios adaptam a
temperatura corporal à temperatura do ambiente, seja na água ou na
terra, e por isso, são animais muito sensíveis a mudanças
climáticas e ambientais.
Características
gerais dos anfíbios
Os anfíbios vivem
em água doce, entretanto há duas exceções: a rã comedora de
caranguejos, que vive em ambiente marinho, e a rã-aguadeira, do
Deserto Australiano. As principais características são:
- Os anfíbios existem há mais de 350 milhões de anos e foram os primeiros animais a apresentar musculatura para se sustentar fora da água;
-
Os anfíbios são agrupados em três ordens, com ampla distribuição geográfica na terra: De acordo com a literatura são conhecidas 5.500 espécies e a anfibiofauna da América do Sul é a mais rica do planeta, com aproximadamente 1.740 espécies, distribuídas por 140 gêneros e 16 famílias. No Brasil são atualmente conhecidas 517 espécies de anfíbios;
-
Os anfíbios são animais triblásticos, celomados, deuterostômios e com simetria bilateral;
-
Pulmões onde ocorrem trocas gasosas;
-
O corpo dos anfíbios possui uma pele lisa, fina e úmida. Não possuem nenhuma escama;
-
A temperatura do corpo dos anfíbios varia de acordo com a temperatura do ambiente em que eles estão (heterotermos). Se estiverem dentro de uma água gelada, sua temperatura corporal será baixa; se estiverem em um lugar muito quente, sua temperatura corporal será elevada;
-
Eles se alimentam de pequenos insetos, como moscas e mosquitos, além de aranhas e minhocas. Podem comer também pequenos mamíferos ou até mesmo outros anfíbios;
-
Os anfíbios possuem glândulas serosas capazes de produzirem toxinas que, em contato com as mucosas ou com a pele são capazes de causar envenenamento. Essas glândulas liberam veneno apenas quando são pressionadas, deixando que as toxinas escorram na pele do animal (e não lançadas em jatos, como algumas pessoas tradicionalmente afirmam);
-
Coração, com dois átrios e um ventrículo, aumentando a eficiência de transporte de sangue;
-
Tímpano, uma membrana que vibra com o som e remete estímulos para as estruturas nervosas do ouvido;
-
Esses animais costumam viver em lugares úmidos e próximos a água, como lagos e rios;
-
É na água que os anfíbios depositam seus ovos, pois seus filhotes, no início da vida, precisam estar dentro da água o tempo inteiro;
- Pálpebras que protegem os olhos e realizam sua limpeza;
-
Patas bem definidas.
Classificação
dos anfíbios: Anuros, Gymniophiona e Urodela
Os anfíbios são
divididos em três ordens: a Anura, a Gymnophiona e a Urodela. O
Brasil é o país que possui o maior número de espécies, seguido da
Colômbia, do Equador e do Peru. Cerca de 800 espécies estão no
Brasil, e destas, a maioria é da ordem Anura. A ordem Gymnophiona
possui cerca de 30 espécies, enquanto a Urodela possui apenas cinco.
Ordem
Anura
A ordem anura é
composta por sapos, rãs e pererecas, e é o grupo com mais espécies
no Brasil, e nos outros locais de ocorrência de anfíbios. Os sapos,
principalmente da família Bufonidae, e são os maiores animais
anuros, com o tronco mais forte, pele mais seca e rugosa e mais
terrestres que as rãs e pererecas. São mais lentos e se locomovem a
passos curtos, as membranas entre os dedos são menos desenvolvidas e
as patas são mais curtas.
As rãs são exímias
saltadoras, possuem pernas longas, pele bastante lisa e facilidade
para o nado; as pererecas, finalmente, possuem discos adesivos nas
extremidades dos dedos, funcionando como ventosas – o que permite
com que vivam em copas de árvores e também sejam encontradas em
banheiros, etc. Machos de anuros costumam utilizar as vocalizações
(coachos) como forma de comunicação entre seres. Assim, o canto
facilita diversas interações sociais, como disputa de territórios
entre machos, e a atração de fêmeas para reprodução.
Ordem
Gymniophiona
A ordem Gymnophiona
é composta pelas cecílias e cobras-cegas. Embora tenha uma
aparência física muito parecida com a aparência das cobras, as
cobras-cegas não são répteis. Seu corpo tem a aparência de uma
grande minhoca, sua pele é lisa e com pequenas marcas, formando
anéis.
Esse anfíbio não
possui patas, e seus olhos não são desenvolvidos, por isso não
podem ver. A falta de visão é compensada por pequenos tentáculos,
que ajudam esse anfíbio a “enxergar” pelo tato. Entre os
anfíbios, é o único que possui um órgão próprio para a cópula,
o falodeu. As espécies dessa ordem podem ser ovíparos, que põe
ovos, ou vivíparos, quando o embrião é desenvolvido dentro do
corpo da fêmea.
Ordem
Urodela ou Caudata
Essa ordem reúne as
espécies de salamandras e tritões. No Brasil, apenas cinco espécies
são conhecidas. Diferente dos anuros e das cobras-cegas, as
salamandras possuem cauda e patas, são pequenas e se movem bem
devagar. Sua pele é lisa, úmida e pegajosa, como a pele das rãs,
mas seu corpo é mais alongado, e por isso elas não tem a habilidade
de saltar.
Esses animais são
muito confundidos com os lagartos, mas podem ser diferenciados pela
ausência de escamas. Além disso, o corpo das salamandras e tritões
possuem glândulas visíveis ao longo do corpo. A ordem Urodela
possui espécies aquáticas, semiaquáticas ou terrestres, mas sua
vida inicia obrigatoriamente na água, e por isso, são da classe dos
anfíbios.
Sistema
digestório dos anfíbios
A digestão dos
anfíbios é processada no estômago e no intestino. Embora possam
ter duas fileiras de dentes, os anfíbios não mastigam suas presas.
A língua bem desenvolvida é usada na captura de insetos, que é
envolto em um muco que o lubrifica, facilitando sua passagem no tubo
digestivo.
Pele
dos anfíbios
A pele dos anfíbios
é lisa, vascularizada e permeável. Os anfíbios não ingerem água,
ela é obtida através da pele, que também executa a troca gasosa
entre o sangue e o ar. É rica em glândulas e está sempre úmida.
Os sapos possuem um par de glândulas chamadas paratóides, que
contêm veneno e constituem defesa contra os predadores.
Sistema
respiratório dos anfíbios
A respiração nos
anfíbios adultos ocorre por meio de três estruturas: os pulmões, a
pele e na mucosa da boca e da faringe. Os pulmões são formados por
dois sacos, sem divisão interna. As narinas abrem-se na cavidade da
boca. Enquanto estão na fase larval, aquática, respiram por meio de
brânquias.
Sistema
circulatório dos anfíbios
O sistema
circulatório dos anfíbios é duplo e incompleto: duplo, porque o
sangue passa duas vezes pelo coração a cada ciclo de circulação,
e incompleto, porque o ventrículo é único e nele o sangue arterial
e venoso se misturam.
O coração dos
anfíbios apresenta três cavidades: dois átrios (um direito e um
esquerdo) e um ventrículo. O sangue venoso, pobre em O2 e rico em
CO2, vindo os tecidos do corpo através da veia cava, penetra no
átrio direito; o sangue arterial, vindo dos pulmões através da
veia pulmonar, penetra no átrio esquerdo. Os dois tipos de sangue
passam para o único ventrículo onde se misturam, ainda que
parcialmente. Do ventrículo, o sangue é bombeado para os tecidos do
corpo, passando pela artéria aorta; ou para os pulmões, pela
artéria pulmonar.
Sistema
excretor dos anfíbios
O sistema excretor
dos anfíbios apresenta rins ligados por ureteres à bexiga, que por
sua vez está ligada a cloaca. Quando ainda são larvas, excretam
quase que só amônia, mas adultos, excretam ureia.
Reprodução
dos anfíbios
A reprodução dos
anfíbios é uma característica que os sujeita a dependência da
água, e é uma reprodução sexuada por fecundação externa,
podendo haver fecundação interna. Os ovos, sem casca (e por este
motivo necessitam da água para proteger os ovos de radiação solar
e choques mecânicos), que apenas possui uma envoltória cápsula
gelatinosa, só se mantém vivos em meio aquático.
Geralmente os machos
em cópula despejam o líquido seminal sobre um longo cordão ou
fileira gelatinosa (bainha) que envolve os óvulos na medida em que
saem da cloaca da fêmea e se depositam no fundo da água parada. A
fecundação dos anfíbios ocorre em água doce e pelo fato de
estarem protegidos pela água os ovos dos anfíbios não necessitam
de anexos embrionários como, por exemplo, bolsa amniótica ou
alantoide e essas são algumas das características que diferem os
anfíbios de outros vertebrados terrestres. Uma vez fecundado o óvulo
os cuidados variam de acordo com a espécie. Em alguns casos os
óvulos são desenvolvidos em sacos vocais, em cavidades da pele
dorsal, enrolados nas pernas, algumas vezes podendo ser enovelados em
milhares em plantas aquáticas. Após a desova o macho e a fêmea se
separam. A fêmea sai normalmente e o macho continua na área
vocalizando em busca de uma nova fêmea.
Os anfíbios podem
apresentar 39 tipos de reprodução distintas, sendo superado apenas
pelos peixes.
Aos poucos as larvas
dos anfíbios vão desenvolvendo suas extremidades, primeiro as
anteriores depois as posteriores, fazendo assim reduzir a cauda
progressivamente até que desapareça. Neste processo de metamorfose
os anfíbios adquirem pulmões, ao mesmo tempo em que as brânquias
desaparecem. Este processo é regulado pela tireoide, que por sua
vez é a glândula que promove o desenvolvimento, para atuar a
tireoide dos anfíbios depende da presença de iodo no organismo.
Entenda
a metamorfose dos anfíbios
A transformação
dos girinos é um processo lento, e passa por vários estágios até
chegar à idade adulta. Os girinos possuem a cabeça e algo parecido
com uma cauda, e durante o seu desenvolvimento, passam por algumas
fases, cada uma com uma característica.
Na fase
pré-metamórfica, o girino aumenta de tamanho, sua boca, ajustada
para uma alimentação de filtração, se alarga, e as patas
traseiras começam a surgir. Na fase pró-metamórfica, o corpo
continua aumentando, e as patas crescem. Surgem as patas dianteiras,
mas ainda discretas e quase imperceptíveis, a cauda começa a
diminuir.
Já no auge da
metamorfose, as patas dianteiras crescem e se tornam visíveis, o
corpo cresce ainda mais e a cauda regride. O aspecto físico dessa
fase é quase a de um anuro adulto. As brânquias, órgão
responsável pela respiração dentro da água, começa a ser
substituído pelos pulmões. É comum ver jovens anuros subindo até
a superfície para captar oxigênio.
Ao término da
metamorfose, o anfíbio já não possui cauda, as patas traseiras são
bem maiores, exceto para a ordem Gymnophiona, que não possui patas,
e a respiração é dividida em dois órgãos: o pulmão e a pele.
Alguns anfíbios respiram predominantemente pelos pulmões, como é o
caso dos anuros da família bufonidae, mas a pele é o principal
órgão da função respiratória.
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